Diário de bordo ‘Embaixo da Castanhola’ – Madson Ney
Foi um dia muito intenso. Tento fazer, pelo menos nesses primeiros dias, uma atividade mais voltada para a diversão dos meninos. Só que já chegou a hora de deixar os trabalhos mais sérios. Vejo a necessidade de passar pra outro nível. Vamos adentrar numa etapa mais trabalhosa e que exige mais dedicação deles. Chega de brincadeiras fora de hora, de risadas desconcentradas e piadinhas pejorativas. Seremos mais rígidos.
Garantimos que os meninos que quiserem aprender e se divertirem com o grupo serão bem vindos. Para os que não se sentirem a vontade com nossas atividades, uma certeza: continuaremos torcendo e, se possível, ajudando os que quiserem sair.
E que não venham com a desculpa de que é chato. Nos primeiros dias eu e Antônio Marcos fizemos um exercício em que ele falava uma língua estranha, que ele mesmo criava na hora, e eu traduzia com a primeira coisa que viesse na minha cabeça. Todos acharam muito engraçado e se divertiram muito. Depois pedi que fizessem a mesma coisa e o jogo quase não rolou. Se é possível se divertir em cena, então guardemos nossas piadas e energias para esse momento.
Tenho certeza que essa garotada não sabe o quanto esse projeto pode mudar suas vidas. Podemos oferecer a chance de eles conhecerem lugares que dificilmente eles conheceriam; de conhecer pessoas diferentes e de abrir pensamentos em suas mentes que só o teatro pode oferecer. Para isso, eles só precisam querer. A nossa parte estamos fazendo.
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